quarta-feira

Hoje apeteceu-me reler Florbela!...

Desejos vãos

Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!

Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a Árvore tosca e tensa
Que ri do mundo vão e até da morte!

Mas o Mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!

E o Sol, altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras... essas... pisa-as toda a gente!...

(Florbela Espanca)

Às vezes sinto-me assim!... mas logo, logo..., acabarão estes dias cinzentos e o sol brilhará no céu...


segunda-feira

Estou cheia!...de cansaço

Preciso tanto que este cansaço
feito de um cansaço cansado
e que me mata de ansiedade
se apague da minha mente
vá para bem longe de mim
e me deixe adormecer assim!...

Gravura de Jenny Holm

quinta-feira

MEMÓRIA DOS DIAS SEM FIM


Acaba de ser publicado mais um excelente romance do conceituado escritor Luís Rosa. A sua escrita, tem sempre a capacidade de absorver o leitor continuamente, em toda a narrativa, fazendo-o viver os momentos como se estivesse presente, dentro daqueles tempos e espaços. Também neste romance, ao vivenciarmos cenas tão emocionantes, dramáticas, chocantes e imbuídas de um amor fraterno, que as pessoas (quaisquer que sejam as suas origens ou funções), vão construindo no viver do dia a dia de um inferno sem fim, ficamos, sem dúvida, apaixonados por cada Palavra, sempre...







«Tudo o que aqui se narra pode ter sido verdade. Tudo pode ser apenas fantasia. Tudo devia nunca ter acontecido
(In, página 7 do livro )


SINOPSE

"Com a publicação de Memória dos Dias sem Fim, o novo livro de Luis Rosa, o romance histórico português rasga novos horizontes, simultaneamente mais vastos e profundos, reveladores da própria dimensão humana. É a realidade da guerra em toda a sua desconformidade e falta de sentido, capaz de denunciar as muitas faces ocultas do homem, desnudando-o e mostrando-o como realmente é - sofredor, idealista, solidário, cruel. Mas, patentes nestas páginas de grande intensidade psicológica e sociológica, estão também outras realidades - as culturas, comportamentos e mentalidades da sociedade guineense que permeiam o quotidiano da guerra, a solidariedade que a crueza das circunstâncias comuns faz surgir entre negros e brancos, ou ainda a amizade incondicional que nasce espontaneamente entre irmãos de armas. O sentimento intenso do absurdo da guerra narrado por quem o viveu na primeira pessoa, a manifestação de um homem oculto que se expressa na luta pela sobrevivência no horizonte intenso dos dias sem fim.

Porque me apeteceu esta liberdade!...


LIBERDADE


Aqui nesta praia onde

Não há vestígio de impureza,

Aqui onde há somente

Ondas tombando ininterruptamente,

Puro espaço e lúcida unidade,

Aqui o tempo apaixonadamente

Encontra a própria liberdade


(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Presente

A Thaís do blog VIVER presenteou-me com mais este "miminho" que agradeço de coração. Obrigada Thaís, és linda!...

As regras são:
Escrever uma lista com oito características suas.
Indicar oito blogueiros e avisá-lo da sua indicação.

As características que escolho são as seguintes:

1 - Amiga
2 - Solidária
3 - Emocional
4 - Sincera
5 - Romântica (incurável)
6 - Forte (se não o fosse já me tinha muitas vezes "ido abaixo")
7 - Teimosa
8 - Prática

Agora teria que indicar os oito blogs mas como gosto de tantos peço que se passar por aqui se sinta indicado e leve consigo este selo. Obrigada!

sábado

Sem título!...

(Foto google)
Quanto mais fecho os olhos, melhor vejo...
Meu dia é noite quando estás ausente...
E à noite eu vejo o sol
se estás presente...

(William Shakespeare)

terça-feira

Ambição


Ganhaste!
Alguém perdeu...
A ira que geraste,
quando encheste a ambição
de tudo o que chamaste teu,
abriu um sulco à sem razão
de uns tudo ter
e outros nada haver.
Não ganhaste!
É ilusão...
Alguém to deu, sem querer...
Quando o ter muito se torna um gosto louco,
o que chamas viver,
para alguém apenas foi morrer um pouco...

(Luis Rosa)

Foto: Tirada da Net

sábado

Gosto


Gosto do ar fresco do anoitecer
embriagando-me os sentidos

Gosto de te dar a mão
caminhar descalça à beira-mar
connosco

Gosto do cheiro da maresia
que me orvalha o corpo em desejos
incontidos

Gosto do sol a pôr-se, no horizonte
lembrando a infinitude de nós dois

Gosto de te saber junto a mim
lembrando-me o quanto amar é belo

Gosto de abrir as asas e voar
embalada na saudade de te ter
sempre


Foto: Marias

quarta-feira

Rasgar a alma

Às vezes, é preciso rasgar a alma
E isso é amor, também...

Foto: Google

segunda-feira

Nas asas do sonho

«Os homens têm medo de realizar seus maiores sonhos porque acham que não o merecem, ou não vão conseguir!
Mas o medo não é uma coisa concreta. Ele está em seus corações!!
Os corações morrem de medo só de pensar em amores que partiram para sempre... Em momentos que poderiam ter sido bons e não foram...
Quando isso acontece, acabamos sofrendo muito e o coração tem medo de sofrer. Mas o medo é pior que o próprio sofrimento.
Nenhum coração jamais sofreu quando foi em busca de seus sonhos, porque cada momento de busca é um momento de vida, de energia, de encontro com Deus e com a eternidade.
Então... Ouça seu coração!
Ninguém consegue fugir dele.
Por isso, é melhor escutar o que ele fala para que não venha um golpe que você não espera, porque você jamais vai conseguir mantê-lo calado.
Mesmo que finja não escutar o que ele diz, ele estará dentro do seu peito, repetindo o que pensa sobre a vida e o mundo...
O dia inteiro...
O tempo todo...
Ainda bem!
Por isso, ouça o seu coração!»

(Paulo Coelho)

Os sonhos alimentam-nos a alma e a capacidade de sonhar é o segredo para a mudança, para o sucesso.
Pelo Caminho encontraremos muitos obstáculos, deparar-nos-emos com muitas lutas, muitas vitórias, muitas perdas mas o importante é acreditar pois enquanto há Sonho haverá esperança!...

Obrigada Thaís




A Thaís do blog http://www.euprecisoviver.blogspot.com/acabou de me presentear com estes selos.

Obrigada pelos "miminhos"!

Ofereço estes selos aos amigos dos blogues:

http://poesiadepalavras.blogspot.com/

http://outraformadesentir.blogspot.com/

http://azulsakura.blogspot.com/

http://minhailhameuberco.blogspot.com/

http://filhadoventoedabrisa.blogspot.com/

sábado

Olho-te!...




É na transparência das tuas águas cristalinas

que te olho e ficas em mim

acalmando-me os sentidos

E na fusão desse olhar

mil sorrisos florescem

fazendo desaparecer dores e agonias





Foto: Marias

Junta os Teus Lábios




Junta os teus lábios aos meus,
num beijo longo.
Fecha o véu de teus olhos lindos,
para nos vermos por dentro.
Faz noite sobre tudo o que nos cerca,
e acende a madrugada
entre o sonhar distante
e o bem querer presente.


As almas só se falam sem palavras,
no baloiçar das flores
a sorrir carícias,
ao cantar do vento
a sussurrar loucuras...
e o amor só se ouve no silêncio,
no arfar de um querer forte,
que se sente;
no aquecer dos corpos
quando dois são um.


Junta os teus lábios aos meus,
num beijo longo,
que o beijo é lâmpada a arder
no altar do coração
onde amor e bem querer
rezam a mesma oração.


Quando eu chegar ao céu,
e o anjo me der,
o prémio de meus dias,
hei-de pedir-lhe um véu,
de flores e de mar,
que me envolva contigo
para te amar,
até não ter limite essa vontade,
e enquanto eu te beijar,
haverá céu e eternidade...
junta os teus lábios aos meus
num beijo longo...


Luís Rosa, in "Poemas de Amar e Pensar um Pouco"


Foto: Google

segunda-feira

Agitação em mim!...



Nas memórias do Tempo

que me ultrapassa

finjo que não vejo

esta agitação em mim...




Quebro o silêncio da noite

com a brisa dos ventos

Amanheço-te com a madrugada

e repouso num mar de sonhos !



Foto: Marias

sábado

Sufocar!...



Há coisas que nos apetecem dizer e temos que calar!

Sim, porque já, muitas vezes, nos apeteceu, a mim, a ti, dizer-lhes umas boas verdades. Para não sermos "mal olhados" lá nos vamos contendo (a custo, confesso) e acabamos por nos submeter aos abutres, sempre famintos e atentos a qualquer deslize nosso no intuito de atacarem e fazerem mais estragos.

Ah!...Como me apetecia rir! Rir de tudo isto que estou a passar, rir gargalhadas bem sonantes e dançar até acordar.

Mas não posso e é este não poder que me anda a sufocar.

Tenho medo de qualquer dia GRITAR!...


Foto: Google

terça-feira

O Girassol

Sempre que o sol
Pinta de anil
Todo o céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel

Roda, roda, roda
Carrossel
Roda, roda, roda
Rodador
Vai rodando, dando mel
Vai rodando, dando flor

Sempre que o sol
Pinta de anil
Todo o céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel

Roda, roda, roda
Carrossel
Gira, gira, gira
Girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o sol

(Vinicius de Moraes)

Adoro girassóis!...


Foto: Google

sábado

Inquietude




As ondas batem lentamente
nas margens desertas
Afago-te nas minhas mãos
e sinto-te na minha pele
Quando repousas em mim
aprendo no silêncio do luar
o quanto é bom ficar assim
A brisa afaga-me as faces
as gaivotas esvoaçam
e ao som do que vislumbro
grito!...

O vento sopra agitado
as ondas do mar encrespam
e imponentes invadem-me o ser
acordando o meu pensamento inquieto
Sentada na areia da praia
olho-te e...
escapas-me por entre os dedos.

Foto: Google

domingo

Melodia

Soltam-se-me dos lábios rubros
belas e doces melodias
que danço eternamente a teu lado
Numa procura frenética
chamo a brisa dos mares
e na cumplicidade do teu olhar
busco o meu destino
Foto: Google

sexta-feira

Enredo

A vida é um enredo de limites,
baloiço oscilante,
de um vento esquecido,
que se fez alma.
De origem trouxe uma pergunta,
de saber quem somos,
e é já bastante,
ou se terá morrido
o real do sonho que me acalma.

A pergunta...se consciente,
é consciência do enredo,
a arranhar os laços do limite;
talvez feita de medo,
talvez inconsciente
ou condição de um louco.
E não há nada,
nada, que me diga,
o que há do lado
mais de além,
do que parece um pouco...
se um poço cheio de sinais,
com um engano em fundo,
e uma visão em espelho;
ou se além do que imagino e vejo
a questão do que haverá de mais
é construção de tudo o que desejo,
e o ser da vida apenas é momento;
ou se o que julgo e aparento,
é só ideia a que me assemelho,
e nasço quando morro!

Luís Rosa, in "Poemas de Amar e Pensar um Pouco"

Foto: Google