sexta-feira

Enredo

A vida é um enredo de limites,
baloiço oscilante,
de um vento esquecido,
que se fez alma.
De origem trouxe uma pergunta,
de saber quem somos,
e é já bastante,
ou se terá morrido
o real do sonho que me acalma.

A pergunta...se consciente,
é consciência do enredo,
a arranhar os laços do limite;
talvez feita de medo,
talvez inconsciente
ou condição de um louco.
E não há nada,
nada, que me diga,
o que há do lado
mais de além,
do que parece um pouco...
se um poço cheio de sinais,
com um engano em fundo,
e uma visão em espelho;
ou se além do que imagino e vejo
a questão do que haverá de mais
é construção de tudo o que desejo,
e o ser da vida apenas é momento;
ou se o que julgo e aparento,
é só ideia a que me assemelho,
e nasço quando morro!

Luís Rosa, in "Poemas de Amar e Pensar um Pouco"

Foto: Google

3 comentários:

A OUTRA disse...

Obrigada Marias.
Toda a vida é um "enredo" que nos custa desvendar.
Bj
Maria

Sol da meia noite disse...

Impressionante esta poesia.
A eterna interrogação do que somos face ao que nos rodeia.

Amiga, um beijinho *
:-)

Vento Nocturno disse...

Entrego-te tudo o que tenho, leva-me o espirito e o que me resta, larga-me numa noite escura e fria, lança as minhas cinzas nas estrelas, escolhe as mais brilhantes... aquelas que te parecem suspirar pela ultima vez, essas que em breve vão explodir, um momento sublime de luz que tal como a passagem de um cometa, deixará traços de luz... São rastos das minhas cinzas, brilhantes, como o reflexo das lágrimas quando o sol bate... Fixa o teu olhar no infinito, escolhe um belo poema... Não digas adeus... Sente-me apenas... Beijo.