Nos bosques, perdido, cortei um ramo escuro
e os lábios, sedentos, ergui o seu sussurro:
era talvez a voz da chuva soluçando,
um sino partido ou um coração cortado.
Algo que de tão longe me parecia
oculto gravemente, coberto pela terra,
um grito ensurdecido por imensos outonos,
pela entreaberta e húmida negrura das folhas.
Ali, despertando dos sonhos do bosque,
o ramo da aveleira cantou na minha boca
o seu perfume errante subiu no meu critério
como se me procurassem de repente as raizes
que abandonei, a terra que perdi com a infância,
e ali fiquei ferido pelo aroma errante.
(Pablo Neruda)
9 comentários:
Se tu soubesses como gosto de Pablo Neruda, o nosso Pablito......
Beijo enorme
Interessante, muito interessante... Escolheste bem.
Adoro Pablo Neruda!
Bonito este poema!
Beijinhos Maria
Pablo de Neruda, excelente escolha...
Aroma errante...
Aroma que tantas vezes seguimos...
beijo meu
Feliz 2008
Pablo Neruda,amor da minha vida.
Liberdade feita paixão.
Abraço
*****
Escolha Formidável!Parabéns.
Um poema muito bonito de alguém que muito aprecio.
Beijinhossss
Neruda é magico
A sua poesia é sublime
Beijinhos
luna
Como é bom encontrar Neruda aqui.
E como eu gosto de Neruda...
Um abraço
E um excelente 2008, com tudo de bom.
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