Não dormes sob os ciprestes,
Pois não há sono no mundo.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
O corpo é a sombra das vestes
Que encobrem teu ser profundo.
Vem a noite, que é a morte,
E a sombra acabou sem ser.
Vais na noite só recorte,
Igual a ti sem querer.
Mas na Estalagem do Assombro
Tiram-te os Anjos a capa.
Segues sem capa no ombro,
Com o pouco que te tapa.
Então Arcanjos da Estrada
Despem-te e deixam-te nu.
Não tens vestes, não tens nada:
Tens só teu corpo, que és tu.
Por fim, na funda caverna,
Os Deuses despem-te mais.
Teu corpo cessa, alma externa,
Mas vês que são teus iguais.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
A sombra das tuas vestes
Ficou entre nós na Sorte.
Não `stás morto, entre ciprestes.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Neófito, não há morte.
(Poesias de Fernando Pessoa)
Hoje estou triste!... as lágrimas rolam sem querer...
6 comentários:
Querida Maria, a beleza está presente na tua escrita, mesmo neste poema que escolheste, é triste, mas belo !!!
Beijinho,
O dia também não ajuda, marias....
É o primeiro dia que cheira a inverno, cinzento, fresquinho... é bom mesmo desatar esse nó na garganta e deixar que as lágrimas corram cara abaixo...
... amanhã já é outro dia...
Beijinhos
Existem dias assim....já os tive.
Mas chorar faz bem, alivia a alma...
Gostei muito do que li.
Bjs
rosa dourada/ondina azul
É triste foi escolhido de propósito, faz 3 anos que perdi alguém querido!...
Obrigada!
maria
É amanhã é outro dia!... e tudo segue o seu rumo.
Bjs
som do silêncio
Obrigada pelas tuas palavras, hoje precisava delas...muito!
Beijinhos
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