sábado

Sufocar!...



Há coisas que nos apetecem dizer e temos que calar!

Sim, porque já, muitas vezes, nos apeteceu, a mim, a ti, dizer-lhes umas boas verdades. Para não sermos "mal olhados" lá nos vamos contendo (a custo, confesso) e acabamos por nos submeter aos abutres, sempre famintos e atentos a qualquer deslize nosso no intuito de atacarem e fazerem mais estragos.

Ah!...Como me apetecia rir! Rir de tudo isto que estou a passar, rir gargalhadas bem sonantes e dançar até acordar.

Mas não posso e é este não poder que me anda a sufocar.

Tenho medo de qualquer dia GRITAR!...


Foto: Google

terça-feira

O Girassol

Sempre que o sol
Pinta de anil
Todo o céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel

Roda, roda, roda
Carrossel
Roda, roda, roda
Rodador
Vai rodando, dando mel
Vai rodando, dando flor

Sempre que o sol
Pinta de anil
Todo o céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel

Roda, roda, roda
Carrossel
Gira, gira, gira
Girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o sol

(Vinicius de Moraes)

Adoro girassóis!...


Foto: Google

sábado

Inquietude




As ondas batem lentamente
nas margens desertas
Afago-te nas minhas mãos
e sinto-te na minha pele
Quando repousas em mim
aprendo no silêncio do luar
o quanto é bom ficar assim
A brisa afaga-me as faces
as gaivotas esvoaçam
e ao som do que vislumbro
grito!...

O vento sopra agitado
as ondas do mar encrespam
e imponentes invadem-me o ser
acordando o meu pensamento inquieto
Sentada na areia da praia
olho-te e...
escapas-me por entre os dedos.

Foto: Google

domingo

Melodia

Soltam-se-me dos lábios rubros
belas e doces melodias
que danço eternamente a teu lado
Numa procura frenética
chamo a brisa dos mares
e na cumplicidade do teu olhar
busco o meu destino
Foto: Google

sexta-feira

Enredo

A vida é um enredo de limites,
baloiço oscilante,
de um vento esquecido,
que se fez alma.
De origem trouxe uma pergunta,
de saber quem somos,
e é já bastante,
ou se terá morrido
o real do sonho que me acalma.

A pergunta...se consciente,
é consciência do enredo,
a arranhar os laços do limite;
talvez feita de medo,
talvez inconsciente
ou condição de um louco.
E não há nada,
nada, que me diga,
o que há do lado
mais de além,
do que parece um pouco...
se um poço cheio de sinais,
com um engano em fundo,
e uma visão em espelho;
ou se além do que imagino e vejo
a questão do que haverá de mais
é construção de tudo o que desejo,
e o ser da vida apenas é momento;
ou se o que julgo e aparento,
é só ideia a que me assemelho,
e nasço quando morro!

Luís Rosa, in "Poemas de Amar e Pensar um Pouco"

Foto: Google