sábado

Sem Título

Ao nascer vens bater à minha porta

alimentas-te das forças que sabes em mim

e que te iluminam o olhar

Cai o entardecer e partes

deixando na luz do luar

a certeza de voltar

terça-feira

Apaixonadamente


Fiz um lago azul
de olhar meigo.
Cobri de sorrisos e flores
a vontade de sentir-te ao pé de mim.
Mostraste-me o sol dos olhos
com que tu olhas para mim;
espalhei o horizonte
sobre o tom de teus seios.

Teceste sobre mim,
com gestos e carícias,
um véu de estrelas
a sorrir à vida.

Sussurrei-te a aragem
de palavras lindas
que aquece a alma
e embala a onda do desejo...

Depois senti teu corpo
no arfar de um grito ardente,
meu peito fogo
teu êxtase avalanche...

Vendaval de tudo quanto é bom
sacudiu-nos a raiz
de muito amar;
vigor rude e terno,
a querer ir mais além
de quanto alguém sentiu.
Até se fazer noite sobre tudo
e sol entre nós dois!

Juntei meu rio de impulso
ao teu mar de encanto,
ficou um borbulhar de beijos
e o amor espalhado
num lençol de sonhos.

Parámos,
No fim das voltas todas do prazer,
o olhar pousado na fixidez do pleno,
os lábios entreabertos,
a reter o tempo,
em que sentir é eternidade.


(Luís Rosa, in Poemas de Amar e Pensar um Pouco)

domingo

Sentir infinito

No silêncio do teu olhar
liam-se as palavras de amor
que jamais alguém proferira
Teu abraço envolveu o meu corpo
as minhas mãos perderam-se nos teus cabelos
e um sentir infinito, quando dois são um
inundou-nos o Ser

Bebeste a lágrima que rolou na minha face
senti teus lábios escaldantes e sôfregos
de encontro aos meus que se entreabriam
e nossas línguas saciaram a fome
de ti e de mim

No desejo incontido olhámo-nos
os nossos pensamentos unidos
num único sentido
e no vaivém do prazer os corpos envolviam-se


Nesse momento, nada mais existe
só nós,
Dois seres num único Ser

***

Agradeço ao FM (Francisco) do blog Essências a gentileza da atribuição deste prémio.
O meu blog é feito de simplicidade e singeleza, no entanto é a descrição do que me apetece no momento, daquilo que sinto e sou.
Não sou nem nunca pretendi ser escritora nenhuma, até porque não tenho jeito para a coisa, e este blog foi criado num momento em que me apetecia partilhar com outros ideias e pensamentos e assim construir amizades.


Obrigada pelo carinho!...

Para não quebrar as regras tenho que atribuir o Prémio a dez blogs.
É dificil pois escolheria todos os que já li e comentei mas como tem que ser vou evitar escolher os que já lhes atribuiram o prémio. Começo pelo Francisco no seu outro blog. A ordem pela qual os nomeio nada tem a ver com ordem de preferência pois para mim todos são importantes


http://talvez-fm.blogspot.com/

http://settingpotico.blogspot.com/

http://teiadeariana.blogspot.com/

http://azulsakura.blogspot.com/

http://luzamarela.blogspot.com/

http://amigonasempreblogger.blogspot.com/

http://porquexistes.blogspot.com/

http://poesiadepalavras.blogspot.com/

http://memoriasvivasereais.blogspot.com/

Falta de tempo!...


Há alguns dias que aqui não venho e não tenho feito comentários em nenhum blog, não porque seja essa a minha vontade mas porque a vida assim mo obriga.
Quero que saibam que em momento algum me esqueci dos amigos(as) que me têm visitado e que costumo visitar, todos estão no meu coração.
Tem-se falado muito do tempo, ele continua e continuará a ser um enigma da nossa existência. Todos o queremos agarrar e a todos nos escapa!...
Neste momento tenho sobretudo falta de tempo, do tempo inventado com relógios, para nos controlar. O tempo diário não me chega para tudo e quando ouvi a minha filhota dizer: "mãe tu agora só ligas a esse blog, já não tens tempo para mim" foi necessário parar e dar-lhe razão.
Entre o trabalho, os afazeres diários, a vida de casa, as ajudas nos trabalhos que trazia da escola pouco tempo sobrava para a brincadeira, para a cumplicidade.
Por este motivo virei menos vezes, comentar-vos-ei menos vezes do que as que desejaria mas dia algum me esquecerei de cada um que gostei, aqui!...



O TEMPO

O segredo do tempo é consumi-lo sem percebê-lo.
É fingir-se infinito para não o vermos passar
É fazer-se contar em anos em vez de momentos


Relógio, despertador, cronômetro, calendário
Tudo engodo para imaginarmos prendê-lo, controlá-lo


Ampulheta, único instrumento sincero do tempo
Regressivamente, nos impõe a gravidade
De haver realmente um último grão
Riscando na areia a nossa fragilidade


Mas o tempo é imparcial
Não distingue rico de pobre
Preto de branco, homem de mulher
Devora-se sem escolhas


Matar o tempo é matar-se sem sentido
Perdê-lo é viver em vão


Faz-se devagar nos maus momentos
Depressa quando o queremos


Ponteiro invisível da vida
Peça necessária do fim


A sua fome é insaciável
A sua vontade é determinante
A sua procura é unanime


Se esconde nas sombras que se movem
Nos objetos que não mais servem
Nas pessoas que nunca mais vimos
Na podridão das frutas que não foram colhidas
Nas lembranças já esquecidas


Revela-se nas fotos que se desbotam
Nas cartas que amarelam
Nas crianças que crescem
Nas rugas que aparecem


Deixa-nos a esperança de Pandora
Nas acções dos que virão
No nascimento dos rebentos


(Paulo Esdras) -Tirado da Net

Poema do Amor


Este é o poema do amor.

O poema que o poeta propositadamente escreveu

só para falar de amor,

de amor,

de amor,

de amor,

para repetir muitas vezes amor,

amor,

amor,

amor.

Para que um dia, quando o Cérebro Electrónico

contar as palavras que o poeta escreveu,

tantos que,

tantos se,

tantos lhe,

tantos tu,

tantos ela,

tantos eu,

conclua que a palavra que o poeta mais vezes escreveu

foi amor,

amor,

amor.

Este é o poema do amor.

(António Gedeão)

E hoje amor, porque sim,
amor,
amor,
amor.

Foto: Olhares

sexta-feira

Para lá do teu olhar!...



Andavam de mão dada na praia deserta

O vento batia-lhes no rosto
O infinito
que se espraia para lá do horizonte
lia-se-lhes no olhar

E amaram-se
nas dunas desertas
daquela forma que o pensamento
há-de reter sempre!...

O vento soprava, soprava....

Os corpos envoltos na areia
tomavam formas encantadas
e há tanto tempo sonhadas
Depois...

Veio uma onda com o vento
que os envolve profundamente
e eles, que se amavam eternamente
desapareceram...

Para lá do teu olhar!...







terça-feira

ODE À PAZ



******************************


A PAZ não é uma intenção,
A PAZ não é um discurso,
A PAZ não é uma lei,
A PAZ não é um texto,
A PAZ não é um beijo,


A PAZ «É» apenas!


Como uma flor que vive no nosso jardim, como rio de que somos
a fonte, como estrela de amor, luz do coração, sol do olhar,


A PAZ é resultado, fruto , onda do mar,
vento da montanha,


Ela nunca vem de fora,
Ela não se constrói,
Ela não se aprende,
Ela não se compra,


A PAZ é o nada, o deserto, o vazio, estado de alegria dentro de nós,
morte da contradição dentro de nós,
eliminação da mentira dentro de nós,
destruição dos conflitos dentro de nós,


Capacidade de viver, de amar, de sorrir , de chorar,
de brincar, de sofrer de dançar,
de cantar, de partir,


De olhar ternamente um pássaro,
dar um beijo amoroso à natureza, sorrir a uma borboleta,
fazer uma festa a uma criança,


Entrar e sair de nós, como viagem ao paraíso perdido...


A PAZ é a ausência, o infinito, o absoluto.


A PAZ
É A PAZ CONNOSCO MESMOS...

(Júlio Roberto)


Que no ano que se inicia procuremos a PAZ dentro dos nossos corações para fazermos a PAZ os dias todos!...