domingo

Falta de tempo!...


Há alguns dias que aqui não venho e não tenho feito comentários em nenhum blog, não porque seja essa a minha vontade mas porque a vida assim mo obriga.
Quero que saibam que em momento algum me esqueci dos amigos(as) que me têm visitado e que costumo visitar, todos estão no meu coração.
Tem-se falado muito do tempo, ele continua e continuará a ser um enigma da nossa existência. Todos o queremos agarrar e a todos nos escapa!...
Neste momento tenho sobretudo falta de tempo, do tempo inventado com relógios, para nos controlar. O tempo diário não me chega para tudo e quando ouvi a minha filhota dizer: "mãe tu agora só ligas a esse blog, já não tens tempo para mim" foi necessário parar e dar-lhe razão.
Entre o trabalho, os afazeres diários, a vida de casa, as ajudas nos trabalhos que trazia da escola pouco tempo sobrava para a brincadeira, para a cumplicidade.
Por este motivo virei menos vezes, comentar-vos-ei menos vezes do que as que desejaria mas dia algum me esquecerei de cada um que gostei, aqui!...



O TEMPO

O segredo do tempo é consumi-lo sem percebê-lo.
É fingir-se infinito para não o vermos passar
É fazer-se contar em anos em vez de momentos


Relógio, despertador, cronômetro, calendário
Tudo engodo para imaginarmos prendê-lo, controlá-lo


Ampulheta, único instrumento sincero do tempo
Regressivamente, nos impõe a gravidade
De haver realmente um último grão
Riscando na areia a nossa fragilidade


Mas o tempo é imparcial
Não distingue rico de pobre
Preto de branco, homem de mulher
Devora-se sem escolhas


Matar o tempo é matar-se sem sentido
Perdê-lo é viver em vão


Faz-se devagar nos maus momentos
Depressa quando o queremos


Ponteiro invisível da vida
Peça necessária do fim


A sua fome é insaciável
A sua vontade é determinante
A sua procura é unanime


Se esconde nas sombras que se movem
Nos objetos que não mais servem
Nas pessoas que nunca mais vimos
Na podridão das frutas que não foram colhidas
Nas lembranças já esquecidas


Revela-se nas fotos que se desbotam
Nas cartas que amarelam
Nas crianças que crescem
Nas rugas que aparecem


Deixa-nos a esperança de Pandora
Nas acções dos que virão
No nascimento dos rebentos


(Paulo Esdras) -Tirado da Net

5 comentários:

Maria disse...

Vem quando puderes, ou quiseres, ou te apetecer, ou tiveres tempo....
... mas não deixes de vir.....

Beijos, Marias

Susana Júlio disse...

Concordo contigo e muitas vezes senti que deveria parar também...a net é uma espécie de vício que muitas vezes pode interferir com o nosso dia-a-dia e no fundo a net não é a nossa vida, mas apenas uma parte dela. Já parei a Teia algumas vezes, às vezes até por meses de duração. de vez em quando a pausa e o afastamento são necessários.
E o Tempo, esse mistério, foge-nos como a areia por entre os dedos.

Um beijinho grande.

Sol da meia noite disse...

Pois... assim é o tempo. Sente-se passar rápido nos bons momentos. Arrasta-se nos maus.
Caso para pensarmos que nunca é a nosso favor...

Beijinhos

A OUTRA disse...

Maria conheces o quadro de Dali, o dos Relógios?
O significado desse quadro é dito por ele: "O tempo é viscoso"
É o que eu sinto também.
Esperamos-te sempre amiga, e olha que há gente mais importante que nós, e desses não podes descurar.
Quando quiseres vir recebemos-te de braços abertos.
Beijos
Maria

Paulo Esdras paulo_esdras@hotmail.com disse...

Gostaria de agradecer a autora do espaço por divulgar meus versos simples, mas sinceros. Foi uma ótima surpresa passar "O Tempo" por aqui. Abraços